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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Envenenamentos: como diagnosticar

A intoxicação dos animais de estimação não é uma coisa rara de se encontrar na clínica veterinária. Pode ocorrer de maneira acidental ou criminosa. A primeira acontece quando o animal ingere plantas tóxicas, medicamentos, venenos para roedores, entra em contato com tintas, produtos de limpeza, agrotóxicos, inala gases tóxicos, ou ainda, é picado por animais peçonhentos.


O animal, de maneira instintiva evita os produtos tóxicos, porém em alguns momentos, o animal por curiosidade ou desatenção, pode entrar em contato com estas substâncias.

No caso de intenção criminosa o agente tóxico normalmente está disfarçado (dentro de uma bolinha de carne, salsicha, leite, etc.) e age de maneira rápida, normalmente levando o animal à morte.

Quando desconfiar de um quadro de intoxicação?

Sabemos que há uma infinidade de substâncias que podem causar a intoxicação, por isso os sinais clínicos são os mais variados, dentre eles, podemos citar os mais comumente observados:

- Alteração do estado de consciência (agitação, sonolência, e até coma)
- Sintomas gastrintestinais (salivação intensa, vômitos, náuseas, dor abdominal)
- Hemorragias
- Tremores
- Dificuldade respiratória
- Alteração de ritmo cardíaco

Os sintomas de intoxicação dependem da substância tóxica, da quantidade ingerida e de certas características do animal que o ingeriu. Por isso, em caso de suspeita de intoxicação, preste atenção se está faltando algum produto da dispensa (produtos de limpeza, inseticidas, etc.), se há plantas arrancadas ou destruídas no jardim (quase todas as plantas ornamentais são tóxicas, ex: comigo-ninguém-pode, samambaia, copo de leite, bico de papagaio, coroa de cristo, entre outras), se houve dedetização do ambiente ou aplicação de agrotóxicos no jardim, e ainda, se há algum objeto ou alimento que não foi dado pelo proprietário.

LEMBRE-SE: em alguns casos, o produto tóxico pode não ser potente e precisa ser exposto de forma constante (ingestões repetidas - ex: chumbo) ou de forma prolongada para que ocorram problemas. Outros produtos tóxicos são tão potentes que basta a ingestão de pequena quantidade para levar a manifestação de sinais clínicos ou até a morte. Alguns produtos tóxicos causam poucos sintomas evidentes até que tenha ocorrido uma lesão permanente da função de órgãos vitais (ex.: fígado ou rins).

Como proceder num quadro de intoxicação?

Devido a grande quantidade de substâncias tóxicas e seus princípios ativos, devemos tomar cuidado com qualquer procedimento, sendo ideal procurar seu médico veterinário de confiança.

Importante ressaltar:
- Nos casos de envenenamento por ingestão de medicamentos e plantas, a medida indicada é provocar o vômito.
- Não provoque o vômito, se o animal estiver desmaiado ou em convulsões, nem se a intoxicação foi provocada por produtos derivados de petróleo, por pesticidas (agrotóxicos), ou ainda, nos casos de ingestão de substâncias cáusticas ou corrosivas (como soda cáustica, etc.), inseticidas, detergentes de máquina de lavar roupas, querosene, gasolina.
- Guarde a embalagem do produto, restos da substância ou o material vomitado, para facilitar a identificação pelo médico veterinário. No caso de remédios, tente descobrir quantos comprimidos foram engolidos e quando ocorreu a ingestão.
- Caso o animal faça uso de medicamentos sempre informar ao veterinário no ato do atendimento.

Como diagnosticar o agente tóxico?

O diagnóstico final de intoxicação baseia-se nos sinais clínicos e análises laboratoriais, porém estes recursos estão disponíveis enquanto o animal está vivo (o tempo de atendimento ao animal pelo médico veterinário é crucial para obtenção do sucesso no tratamento).

No caso de morte, o diagnóstico é realizado através do exame necroscópico do corpo do animal, resguardado pelo exame toxicológico.

Para que seja possível a realização da necropsia e que essa tenha a finalidade desejada, aconselhamos:

Enviar o corpo do animal, o mais rápido possível, a um Serviço de Patologia Veterinário.
OBS.: se o corpo estiver refrigerado, o tempo máximo é de 12 horas após o óbito, se isto não for possível, aconselha-se o congelamento.

Se amostras sólidas ou líquidas forem encontradas junto ao corpo do animal, o proprietário deverá entregá-las em frascos ao veterinário patologista responsável pela necropsia.

Enviar histórico completo, como por exemplo, doenças adquiridas, tratamentos, vacinas, medicamentos em uso, características dos animais contactantes, sinais antes do óbito, local onde vive e se possível fotos do ambiente onde vive.

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