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segunda-feira, 9 de maio de 2011

USO DE APARELHOS ORTODÔNTICOS EM CÃES E GATOS

Os cães e gatos também podem precisar de aparelhos ortodônticos?
Sim, pois ambas espécies apresentam problemas de oclusão errada associadas ou não a deformidades ósseas do crânio e sua relação com a mandíbula. É possível que estes problemas tenham crescido muito devido a uma falha de supervisionamento dos cruzamentos. Isto fez com que algumas raças atuais apresentem freqüentes problemas de oclusão. Para algumas delas, porém, estas alterações são aceitas e consideradas normais. É o caso, por exemplo, dos Buldogs.

Os cães e gatos podem usar aparelho, mas será que devem?

Esta já é uma questão delicada pois envolve ética. Em princípio todo o animal teria direito de ter uma oclusão perfeita ou o mais próximo do normal, pois a má oclusão pode causar prejuízo a saúde do animal (trauma em tecidos moles, dor, desgaste dos dentes, predisposição maior a doenca periodontal, etc). Infelizmente, este não é apenas um problema estético. Ao serem utilizados em exposições e/ou para cruzamentos, estes animais "corrigidos" podem transmitir o problema para seus filhotes, perpetuando a incorreção. Por isso, é necessário muita cautela quando da indicação de um tratamento ortodôntico. O proprietário deve, sobretudo, ser informado de sua responsabilidade.

O aparelho ortodôntico usado em animais é parecido com o usado no homem?

O principio de movimentação é o mesmo, mas os aparelhos são um pouco diferentes.

Normalmente usamos aparelhos fixos, que podem ser passivos (plano inclinado) ou ativáveis (expansores). Brackets, fios ortodônticos e elásticos têm uma aplicação limitada devido ao tamanho reduzido dos dentes, como também ao comportamento dos animais.

Qual a principal causa dos problemas ortodônticos?

Ainda não existem estudos bem dirigidos para determinar a causa de todos os problemas encontrados em todas as raças. Mas existe um consenso entre os pesquisadores de que a maior parte dos casos esteja relacionada a fatores genéticos e/ou hereditários. Alguns casos, por exemplo, estariam relacionados a fatores externos, como traumas e hábitos. Em nosso atendimento no ODONTOVET, temos notado que existe um grandenúmero de animais com histórico de atraso na exfoliação ou retenção dos dentes decíduos (de leite), o que faz com que os dentes permanentes erupcionem em uma posição desfavorável. Por isso, a recomendação atual é que, ao notar um dente permanente erupcionando e com a presença do dente de leite ainda firme, a extração do dente de leite seja feita imediatamente.

Em que situações faz-se necessário o uso dos aparelhos?

Quando a oclusão afeta a vida e a saúde do paciente. Isso pode acontecer quando um dente fora de posição causa um trauma na gengiva ou no céu da boca, podendo levar até a uma comunicação com o nariz; ou quando um dente oclui sobre outro podendo levar a um desgaste, a pulpite e a dor. Há casos em que o mau posicionamento dos dentes facilita o acúmulo da placa bacteriana levando a inflamação da gengiva e posterior perda do dente (doença periodontal). Em outras situações pode haver dificuldade de mastigação e/ou apreensão do alimento. Em cães de trabalho e guarda a aclusão desbalanceada pode ser um importante fator predisponente de fraturas nos dentes. Importante é lembrar que a estética, na maioria das vezes, deve ficar em segundo plano, pois a principal preocupação passa a ser a saúde do paciente.

Quanto tempo dura um tratamento ortodôntico no cão?

Este é um dos grandes problemas que temos. Os tratamentos precisam ser rápidos já que os aparelhos facilitam o acúmulo de alimento e a formação da placa bacteriana. Caso não seja feita higiene adequada, os problemas podem ser bem sérios. Por outro lado, ao movimentar um dente com uma força intensa e de forma muito rápida, também corre-se o risco de perdê-lo. O que tentamos fazer é movimentar o maior número de dentes em um menor espaço de tempo com um único aparelho. Em média temos conseguido bons resultados em cerca de 3 a 4 meses.

Os cães aceitam bem o uso dos aparelhos?

Antes de decidir por um tratamento, é preciso avaliar o temperamento do animal, pois ele pode acordar da anestesia e "arrancar" ou quebrar o aparelho mordendo grades e objetos. Outro detalhe importante é a necessidade de ativação de alguns tipos de aparelhos. Se o paciente não for dócil, fica difícil ativar, havendo necessidade de anestesias mais frequentes. Em alguns casos, o paciente pode parar de comer ou tornar-se agressivo devido a dor

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